
Um grupo de deputados federais afirmou nesta terça-feira (20) que Lula (PT) cometeu “crime de responsabilidade” após críticas a Israel. O pedido de impeachment contra o presidente brasileiro já tem mais de 120 assinaturas.
O que aconteceu
A deputada federal Carla Zambelli (PL) ressaltou que o pedido não é ideológico. “É um pedido de crime de responsabilidade”, argumentou. O pedido de impeachment é liderado por Zambelli.
A parlamentar informou que 122 deputados já assinaram o pedido. “Nós nos sentimentos extremamente envergonhados. Temos a responsabilidade de responder à altura”, afirmou. “Nós estamos falando do maior processo de impeachment já aberto na história do parlamento”, acrescentou.
Marcel van Hattem (Novo) defendeu que Lula “desonrou” a memória do povo judeu. O deputado disse que as declarações de Lula levaram o país a uma crise diplomática sem precedentes. O grupo classificou a fala como “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
Carlos Jordy (PL) afirmou que, além do crime de responsabilidade, o presidente também “cometeu um crime contra a humanidade”. “No dia 7 de outubro, nós assistimos enojados o que o Hamas fez contra Israel. (…) muitos foram os relatos de violência bárbara”, declarou.
Zambelli esclareceu que o pedido oficial de impeachment não será apresentado nesta terça-feira (20). Sem citar nomes, ela justificou que ainda faltam assinaturas de outros parlamentares. A previsão é de o pedido ser apresentado oficialmente amanhã. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa hoje.
Declaração de Lula provoca crise diplomática
A declaração de Lula ocorreu em entrevista em Adis Abeba, capital da Etiópia, no domingo (18). “O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.
Ele também criticou Israel. O presidente afirmou que Tel-Aviv não obedece a nenhuma decisão da ONU e disse que defende a criação de um Estado palestino. Segundo Lula, o conflito “não é uma guerra entre soldados e soldados, é uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”. “Não é uma guerra, é um genocídio.”
Lula foi criticado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A fala também foi repudiada por entidades judaicas no Brasil, como a Confederação Israelita do Brasil.
Governo de Israel repudiou a fala e declarou presidente brasileiro “persona non grata” até que ele retire o que disse.
Mais de 29 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, segundo o último boletim do Ministério da Saúde do território. O governo israelense lançou a ofensiva após um ataque do Hamas deixar cerca de 1.400 pessoas em 7 de outubro passado.
Fonte: Uol