70% das vítimas de homicídio no PI cometeram algum crime

O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, disse em entrevista à TV Cidade Verde na noite desta segunda-feira (1º) que mais de 70% das pessoas que foram mortas em crimes de homicídio no Piauí no mês de março tinham envolvimento com algum crime. Segundo o gestor, a maioria delas tinha participação em organizações criminosas e envolvimento em crimes como furto, tráfico e homicídio.

“Infelizmente a gente tem uma questão aqui no Piauí que são as mortes decorrentes das organizações criminosas, principalmente em função do tráfico de drogas. A gente vai apresentar na quarta-feira esse número, mas eu lhe digo que boa parte das vítimas de homicídios já foram presas. Já, de alguma maneira, tem envolvimento com a criminalidade. Neste mês de março eu lhe digo, a gente está fechando o número, mas foram mais de 70% das pessoas que morreram ou cometeram algum crime de furto, tráfico ou homicídio”, disse.
O secretário citou, ainda, que é necessário haver uma integração com o Poder Judiciário e o Ministério Público para que as pessoas presas envolvidas em crimes relacionados às organizações criminosas permaneçam presas.

Foto: Débora Cardoso / Cidadeverde.com
Foto: Débora Cardoso / Cidadeverde.com

“A gente tem que, lógico, combater os crimes violentos, mas temos que focar na desestruturação dessas organizações criminosas, principalmente com o apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público, mantendo essas pessoas encarceradas. Eu até às vezes faço esse comentário lá para a Defensoria, para a OAB, eu digo: ‘olha, é melhor deixar essa pessoa presa e viva do que às vezes solta e morra’. Porque elas estão em um ambiente violento, elas disputam espaços, então quando a polícia prende, o que a gente está pedindo é que haja manutenção do encarceramento”, citou.

Para Chico Lucas, o Tribunal de Justiça é um parceiro importante da segurança pública no Piauí e o principal desafio se dá em virtude do grande número de pessoas presas.

“O maior parceiro da segurança pública é o Tribunal de Justiça. (…) [o desembargado Hilo de Almeida] está criando a Vara de Roubos e Furtos, a Vara de Organização Criminosa, criou as Centrais de Inquéritos. Só do ano passado para cá, o nosso secretário de Justiça falou do desafio dele, que aumentou em mais de 1.500 o número de pessoas encarceradas. Claro que a gente não está defendendo o encarceramento em massa, a gente quer encarcerar as pessoas que cometem crime, que elas sejam responsabilizadas, e que elas cumpram as penas. A lei não pode ser feita só para beneficiar, ela tem que responsabilizar aqueles que cometem um crime”, pontuou.

Foto: Débora Cardoso / Cidadeverde.com

Fonte: Cidade Verde (Roberto Araujo)