Na madrugada do dia 13 de julho de 2024, um evento espetacular iluminou o céu da região sudeste do Piauí e áreas adjacentes no Ceará e Pernambuco. Um bólido, termo usado para descrever um meteoro superluminoso, atravessou a atmosfera da Terra, transformando a noite em dia por alguns instantes. O fenômeno foi confirmado pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e despertou grande interesse científico e popular.
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Durante uma palestra realizada na última quinta-feira, 21 de novembro, em Teresina, no Centro de Educação Tecnológica de Teresina (Faculdade CET), o geofísico e youtuber brasileiro Sérgio Sacani, conhecido pelo canal Space Today, comentou sobre as dificuldades de encontrar vestígios do meteoro que cruzou os céus da região de Picos.
Em entrevista ao Portal InfoNewss, ele explicou os desafios envolvidos nesse tipo de investigação. De acordo com Sacani, nem todos os bólidos geram meteoritos que chegam à superfície terrestre. “Muitos desses artefatos espaciais são pequenos e queimam completamente durante a descida na atmosfera, sendo destruídos antes de tocar o solo”, explicou.
Outro fator que dificulta as buscas é a geografia local. Ele destacou que, mesmo quando fragmentos chegam ao solo, o terreno pode atuar como um verdadeiro camuflador, dificultando sua localização. “Se o meteoro cai em uma área com vegetação densa, terrenos rochosos ou mesmo em regiões remotas, encontrar fragmentos torna-se uma tarefa quase impossível sem as ferramentas adequadas e o auxílio de especialistas”, ressaltou.
Sacani também enfatizou que, para identificar um meteorito, é necessário submetê-lo a análises científicas detalhadas. “Não basta encontrar uma rocha diferente no local do impacto; é preciso realizar testes químicos e estruturais que comprovem sua origem extraterrestre. É um trabalho técnico que demanda tempo e recursos”, explicou.
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O bólido que cruzou os céus do Piauí em julho gerou enorme repercussão, tanto entre especialistas quanto entre os moradores da região. Vídeos e relatos inundaram as redes sociais, com muitos descrevendo a experiência como “inacreditável”. Para a comunidade científica, eventos como este são uma oportunidade rara de estudar materiais primitivos do sistema solar e inspirar o interesse público pela ciência.