Reunião em Povoado de Padre Marcos discute soluções para falta de água que afeta mais de 300 famílias

Na tarde desta terça-feira, dia 4 de março, a comunidade do Povoado Riacho do Padre, localizada no município de Padre Marcos, no Piauí, convocou a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, para uma reunião de grande importância, para discutir a crise hídrica que assola a localidade há anos.

O encontro, organizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e representantes da sociedade civil, foi realizado, na Escola Davi Severiano de Carvalho, e teve como objetivo buscar soluções para o problema que tem impactado diretamente a vida dos moradores, o bastecimento de água eficientemente.

A reunião reuniu autoridades, como a prefeita Williane Kelly, o chefe de Gabinete Valdinar Silva, do presidente da Câmara, Iranildo Carvalho, do Conselheiro estadual da OAB, Dr. Felipe Rocha, do procurador do município, Dr. Raimundo Vieira, vereadores, secretários municipais, além de outras personalidades, e membros da comunidade.

Na reunião, empresa responsável pelo abastecimento de água na região, a Agespisa, foi tema central das discussões, já que a falta de água tem sido atribuída à ineficiência no serviço prestado, afetando mais de 300 famílias.

Em seu discurso, a prefeita Williane Kelly destacou o empenho de sua gestão em resolver a crise hídrica no Povoado. “Esse é um problema antigo que persiste há anos. A gestão do ex-prefeito Valdinar já tentou diversas alternativas para resolvê-lo, mas, infelizmente, até o momento, a comunidade continua sem um abastecimento de água adequado. Reconhecemos as dificuldades e os desafios enfrentados pela população, e queremos deixar claro que estamos trabalhando incansavelmente, em conjunto com a empresa responsável, para encontrar soluções definitivas. Garantir o acesso à água para todos é uma prioridade absoluta, e não mediremos esforços até que esse direito básico seja assegurado.” Afirmou.

O chefe de Gabinete, Valdinar Silva, também falou sobre os esforços da administração municipal para resolver o problema, e ressaltou que, desde a sua gestão, tem buscado respostas da Agespisa. “Há três anos, recebemos um abaixo-assinado com 300 assinaturas, demonstrando a insatisfação e a urgência da comunidade. Na época, fomos à sede da Agespisa mais de quatro vezes, contando até com a presença do deputado Georgiano, que se solidarizou com nossa causa. O próprio presidente da Agespisa chegou a gravar um vídeo, assumindo publicamente o compromisso de resolver a situação. No entanto, recentemente, estivemos novamente na Agespisa e descobrimos, para nossa surpresa e indignação, que todos os registros das nossas reivindicações e ações desapareceram do Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Não há mais vestígios do que foi feito, como se nada tivesse acontecido. Essa falta de transparência e responsabilidade é inaceitável.” Disse.

Iranildo Carvalho, presidente do Poder Legislativo, disse que a Câmara está à disposição da comunidade em busca de uma solução concreta. “Estamos aqui para servir e trabalhar lado a lado com a comunidade, buscando respostas que melhorem a qualidade de vida de todos. Sabemos das dificuldades enfrentadas pela população e não vamos medir esforços para que essas questões sejam resolvidas da maneira mais ágil e justa possível. A Câmara é a casa do povo, e nosso papel é garantir que as vozes da comunidade sejam ouvidas e transformadas em ações reais.” Relatou.

O conselheiro Estadual da OAB, Dr. Felipe Rocha, reafirmou o compromisso da instituição em auxiliar a comunidade. “A OAB está ao lado da população de Riacho do Padre e vai trabalhar para garantir que os direitos dos cidadãos sejam respeitados. Vamos buscar todas as medidas legais necessárias para resolver essa crise”, declarou.

Durante a reunião, moradores locais tiveram a oportunidade de relatar as dificuldades que enfrentam no dia a dia devido à falta de água.

Domingos Alfredo, morador do Riacho do Padre.

Carmivandia Hortência, uma das residentes do povoado, lamentou a situação. “A água é um recurso essencial em qualquer casa, mas aqui só recebemos água aos sábados, domingos e segundas. No resto da semana, ficamos completamente sem. Muitas vezes, temos que sacrificar parte do dinheiro destinado à alimentação para comprar depósitos e armazenar água, o que já é um grande desafio. Além disso, sabemos que armazenar água inadequadamente pode trazer riscos à saúde, como o surgimento de doenças. Para mim, que tenho um idoso acamado em casa, a situação é ainda mais difícil. Preciso lavar roupas todos os dias e acabo tendo que renunciar a muitas coisas para garantir que tenhamos água suficiente. O mais revoltante é ter que pagar uma conta de água mensalmente, mesmo sem usufruir do serviço de forma regular e digna. ”Desabafou. 

Outro morador, Maurício Adolfo, também expressou sua insatisfação. “A falta de água aqui é muito grave. Na rua onde moro, ficamos de dez a quinze dias sem qualquer fornecimento. Meu pai, que tem 87 anos, depende muito da água para suas necessidades básicas, e a situação tem sido extremamente difícil. O que tem nos ajudado a enfrentar isso são os vizinhos que possuem cisternas e nos oferecem apoio. Sem essa solidariedade, não sei como estaríamos lidando com essa situação tão crítica.” Afirmou.

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