PF faz operação contra tentativas de atrapalhar investigação de desvio de recursos do Fundeb

A Polícia Federal do Piauí deflagrou nesta terça-feira (18) a Operação Acesso Negado, com o objetivo de combater tentativas de atrapalhar as investigações de uma outra investigação, a Operação Delivery. Esta apurava desvios de recursos públicos da educação da cidade de União. Nesta terça, os policiais buscam prender uma pessoa e fazer buscas em cinco endereços em Teresina Monsenhor Gil.

A Polícia Federal informou que identificou atitudes para obtenção de informações sigilosas, além de investigados tentando combinar depoimentos, e tentativa de intimidação da investigação policial. A PF não divulgou quem seriam os alvos da operação e nem especificou como aconteceram as tentativas.

Há um mandado de prisão e cinco mandados de buscas para endereços em Teresina e Monsenhor Gil. Os policiais procuram colher provas que identifiquem as pessoas responsáveis por entregar informações sigilosas sobre investigações, e verificar se a investigação da operação Delivery foi de fato prejudicada.

Os investigados podem responder pelo crime de embaraço a investigação policial de crime praticado por organização criminosa. A pena pode chegar a 8 anos de prisão.

Operação Delivery

PF faz buscas na Prefeitura da cidade de União, no Piauí. — Foto: Divulgação/PF-PI

PF faz buscas na Prefeitura da cidade de União, no Piauí. — Foto: Divulgação/PF-PI

A Operação Delivery foi deflagrada em maio de 2020, com o objetivo de apurar a suspeita de desvio de recursos públicos da educação destinados ao município. Cinco pessoas foram presas, entre empresários, agentes públicos municipais, um vereador da cidade e incluindo o secretário de educação da cidade de União, Marcone Martins, que foi exonerado pela Prefeitura de União.

De acordo com o inquérito policial, a Secretaria de Educação de União teria adquirido livros escolares em quantidade maior que o número de alunos do município, utilizando verbas do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) para a contratação de empresas fictícias de Fortaleza, que seriam responsáveis pelo fornecimento fraudulento do material didático.

Ainda segundo a nota, análises da CGU apontaram que os contratos superfaturados utilizados para a obtenção do dinheiro apreendido geraram ao Fundeb prejuízo mínimo de R$ 500 mil.

Fonte: G1 Piauí