O Vaticano viveu um momento histórico nesta quinta-feira (8) com a eleição do cardeal Robert Francis Prevost como novo líder da Igreja Católica, que adotará o nome de Leão XIV. A fumaça branca que surgiu da Capela Sistina às 17h47 (horário local) anunciou ao mundo a escolha do primeiro papa norte-americano da história, eleito por 89 dos 133 cardeais eleitores — os necessários dois terços dos votos.
O novo pontífice, de 69 anos, nascido em Chicago, recebeu o anúncio tradicional de “Habemus Papam” e apareceu pela primeira vez na sacada da Basílica de São Pedro para saudar os cerca de 45 mil fiéis que aguardavam na Praça São Pedro. Prevost sucede ao Papa Francisco, falecido há 17 dias vítima de um AVC e insuficiência cardíaca após lutar contra pneumonia.
A eleição ocorreu no segundo dia do conclave, seguindo o padrão das últimas escolhas papais (2005 e 2013), após duas votações frustradas na quarta-feira (7) e na manhã desta quinta, marcadas pela fumaça preta que indicava falta de consenso. O processo foi considerado rápido, dada a complexidade de reunir os votos necessários entre os 133 cardeais eleitores – número superior aos 117 do conclave anterior.
Leão XIV traz um perfil único para o papado: além de ser o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante, construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Antes da eleição, ocupava importantes cargos no Vaticano como prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.
Conhecido por seu estilo discreto e voz tranquila, o novo papa é visto como um reformista alinhado à linha de abertura implementada por Francisco, embora sua sólida formação em teologia e direito canônico o coloque como um profundo conhecedor das tradições da Igreja. Sua eleição marca o início de um novo ciclo para os 1,3 bilhão de católicos no mundo, que agora acompanharão se Leão XIV dará continuidade às reformas de seu predecessor ou seguirá um caminho próprio.