Um filhote de peixe-boi encalhou na praia da Pedra do Sal, que fica no município de Parnaíba, no litoral do Piauí e foi encontrado nesta quinta-feira (28). Biólogos do projeto Comissão Ilha Ativa e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram acionados e, ao constatarem o óbito do animal, o enterraram.
De acordo com a bióloga Liliana Sousa, da Comissão Ilha Ativa, a principal suspeita é de que o animal filhote tenha se desprendido da mãe e, por isso, tenha sido levado pela correnteza. Ela conta que as fêmeas costumam dar à luz em áreas de estuário – locais de encontro de rios com o mar, mas que o aumento da ocupação costeira pode ter provocado um nascimento em alto mar.
“Acreditamos que devido os impactos nas áreas de cuidado parental, provocado pela intensa ocupação costeira, pode está fazendo essas fêmeas darem cria em mar aberto, o que facilita o encalhe dos filhotes que não sabem nadar. E as fortes ondas, acabam desprendendo os filhotes das mães, causando o encalhe”, disse.
O litoral do Piauí é considerado uma referência no nascedouro de peixes-bois marinhos no litoral do Brasil. A espécie, que pode chegar a até 8 toneladas, costuma reproduzir em áreas de estuários, no caso do litoral do Piauí, os estuários dos rios Timonha e Ubatuba, na divisa com o Ceará, e nos estuários dos rios Camurupim e Cardoso, em Luís Correia, na região da praia de Macapá.
De acordo com a Comissão Ilha Ativa, não havia tido nenhum outro registro de encalhe de peixe-boi no litoral piauiense este ano. Desde 2016, foram 12 registros, sendo de 11 filhotes e 1 adulto. Dos filhotes, 7 foram resgatado a vivos, e foram levados para um projeto na Ilha de Itamaracá, no estado de Pernambuco, onde passam por um processo de reabilitação, para posteriormente serem devolvidos à natureza. Outros 4 filhotes foram resgatado já mortos.
O peixe-boi adulto que foi encontrado morto está com esqueleto montado no Museu do Mar.
A pouco mais de uma semana, na praia de Maramar, no litoral de Luís Correia, uma baleia foi encontrada morta. O animal tinha 12 metros de comprimento e foi enterrada com ajuda de uma retroescavadeira.Como estava em estado de decomposição, não foi possível precisar a espécie — se tratava de uma cachalote ou jubarte.
Fonte: Cidade Verde