Os estagiários da área de educação estão realizando um abaixo-assinado virtual para serem incluídos, assim como os professores e demais funcionários da mesma área, nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19 no Piauí. A imunização do profissionais da educação iniciou no estado neste mês.
Muitos estudantes chegaram a realizar o agendamento da vacina. Entretanto, ao comparecerem aos locais de aplicação das doses, foram barrados. A discente do curso de Letras/ Português-Francês da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e estagiária de um colégio militar na capital, Samya Gonzaga, foi um deles.
“Todos tentamos agendar para nos vacinarmos. Eu agendei para o HU. Quando cheguei lá, fui barrada. Houve esse processo constrangedor. Nós falamos que éramos estagiários, levando declaração do colégio que a gente estagia e tudo, e não conseguimos nos vacinar”, disse.
Até o momento, o abaixo-assinado da categoria já possui 712 assinaturas.
“Eu queria saber quais foram os parâmetros impostos pela Prefeitura de Teresina para definir o que é um profissional da educação. Se eu que atuo e ministro durante aulas online durante a pandemia, não sou considerado um profissional da educação, então o que eu sou? Quem foi que definiu isso?”, comentou o estagiário José Roberto, estudante de artes visuais e estagiário de uma escola pública de Teresina.
O que diz os órgãos de saúde
Procurada pela TV Clube, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que apenas os professores e funcionários do setor foram contemplados com a vacina. Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) comunicou que a responsabilidade é do Ministério da Saúde e que segue o calendário nacional de vacinação, onde os estagiários não estão incluídos como profissionais da educação e, consequentemente, não estão nos grupos prioritários.
Ao G1, o superintendente do Ministério da Saúde (MS) no Piauí, Ferdinand Feitosa, afirmou que o órgão ministerial recebe a lista nominal de pessoas que devem ser incluída nos grupos prioritários da vacinação pelo município. Por isso, a definição de quem compõe o grupo de profissionais da educação é feita pelas prefeituras.
“Essa parte, por exemplo, de estagiários, copeiros, pessoal da limpeza, a entidade que está enviando a relação é que inclui. Isso não é uma definição nossa, é uma coisa bem mais do município”, relatou.
“Não está definido no plano de imunização nacional que os estagiários trabalhadores em educação devem ser vacinados. É mais uma questão de bom senso de onde eles estão lotados. Não cabe ao Ministério da Saúde ver. Tem município que está vacinando e outro que não”, complementou o superintendente.
Fonte: G1 Piauí