
A Quadra do Povoado Vista Bela, na cidade de Belém do Piauí, recebeu na manhã desta terça-feira, dia 15 de abril, o Encontro Municipal de Políticas Intersetoriais de Igualdade Racial e Justiça Social.
O evento foi Promovido pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Cultura, em parceria com as pastas de Saúde, Educação e Assistência Social, além da colaboração da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ).
Conforme a Prefeitura Municipal, o evento teve como objetivo coordenar e planejar políticas públicas voltadas ao reconhecimento das comunidades quilombolas das localidades Vista Bela e Russim.
O encontro contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o prefeito Jônathas Noronha; a vereadora Cristiana Bento; e os secretários municipais; Ademar Carvalho (Finanças); Cláudia Ribeiro (Cultura); Nil Boeiro (Saúde); Renato Bento (Educação); Sherlyn Oliveira (Administração); e Tico Bento (Agricultura); Valentim de Carvalho Silva — Presidente da Associação da comunidade Vista Bela; Olisabel Silveira — Assistente Social; Luiz Sousa — Diretor do Departamento de Agricultura; Ana Célia — supervisora de ensino; e Fabiana Dias — Assessora da Cultura, além de gestores, lideranças locais e membros da comunidade participaram ativamente dos debates.
A palestra foi ministrada por Maria Rosalina, coordenadora nacional e estadual das comunidades quilombolas, que abordou o tema “Reconhecimento de remanescentes quilombolas”, reforçando a necessidade de políticas públicas que assegurem direitos e preservem a identidade cultural dessas populações.
Em seu discurso, o prefeito Jônathas Noronha destacou a importância do momento. “Esse é um trabalho iniciado pela antiga gestão, e continuada por nós, e com certeza entrará para a história do nosso município. Este encontro não é apenas um debate, mas um compromisso público com a reparação, o respeito e o reconhecimento da nossa ancestralidade. As comunidades quilombolas de Vista Bela e Russim carregam em suas raízes a resistência e a força de um povo que ajudou a construir esta terra, mas que, por séculos, foi invisibilizado. Como gestor público, assumo o dever de garantir que suas vozes sejam ouvidas, suas histórias valorizadas e seus direitos, enfim, assegurados. Não se trata apenas de políticas assistenciais, mas de justiça social e equidade. Vamos trabalhar, em conjunto com as secretarias e a comunidade, para mapear, documentar e fortalecer essa identidade, porque reconhecer o passado é essencial para construir um futuro mais digno e igualitário. Que este seja o primeiro passo de muitos. Belém do Piauí avança hoje não apenas no papel, mas na prática, rumo a uma sociedade que honra sua diversidade e combate o racismo estrutural. Contem comigo nessa jornada.” Disse.
O secretário de Finanças e ex-prefeito, Ademar Carvalho, também destacou a trajetória de investimentos nas comunidades. “É com orgulho que relembro os avanços conquistados ao longo dos anos nestas comunidades. Começamos com a luta pela construção de casas habitacionais, erradicando as moradias de taipa e levando infraestrutura básica para Vista Bela e Russim. Hoje, damos mais um passo fundamental: o reconhecimento oficial das raízes quilombolas que sustentam a identidade dessas localidades. Isso não é apenas um projeto, é a continuação de um compromisso com o desenvolvimento social e a valorização da nossa história. A Prefeitura, em parceria com a comunidade, seguirá investindo para que esse reconhecimento se traduza em políticas concretas que melhorem a vida de todos.” Destacou.
A secretária de Cultura, Cláudia Ribeiro, explicou que o foco do encontro foi iniciar o processo de reconhecimento das comunidades de Vista Bela e Russim. “Este encontro é a materialização de uma luta antiga. Como secretária, entendo que reconhecer as comunidades quilombolas de Vista Bela e Russim vai além de um ato simbólico: é devolver a elas o lugar que sempre lhes pertenceu na história do nosso município. Nas próximas semanas, iniciaremos um resgate histórico minucioso, ouvindo os mais velhos, registrando memórias e documentando tradições que resistiram ao tempo. Esse trabalho não será feito de cima para baixo, mas com e para a comunidade, porque a verdadeira equidade só existe quando todos são protagonistas. A agricultura, a cultura, a educação, a assistência social e a saúde serão ferramentas nesse processo. Queremos garantir não apenas o título de remanescentes quilombolas, mas acesso a políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dessas famílias, preservando seus territórios e saberes. Agradeço a todas as lideranças presentes, especialmente à associação quilombola, por sua resistência.” Enfatizou.
Luiza Francisca, presidente da Associação dos Quilombolas das comunidades Vista Bela e Russim, celebrou a iniciativa. “É uma oportunidade única para nossa luta ser ouvida e nossos direitos, garantidos”, disse.
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